Quase lá: Retirar garimpeiros da Terra Yanomami e dar segurança aos indígenas é prioridade na Funai, diz nova presidente

Joênia Wapichana também disse que vai trabalhar para que os processos de demarcação dos territórios sejam retomados. Deputada federal ainda depende de nomeação para atuar oficialmente o cargo.

 

Por Mayara Subtil, Rede Amazônica — Boa Vista



Joenia Wapichana, nova presidente da Funai — Foto: Mayara Subtil/Rede Amazônica

 

A nova presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a advogada e deputada federal Joenia Wapichana, disse que uma das prioridades na gestão dela é retirar os garimpeiros da Terra Yanomami e garantir a segurança dos indígenas que vivem no território.

Maior reserva indígena do Brasil, a região é alvo de criminosos que fazem a extração ilegal de ouro desde a década de 1980, mas que se intensificou nos últimos anos.

"A Terra Indígena Yanomami é uma das prioridades que está no relatório do grupo de trabalho, e vai ser uma força-tarefa muito grande, não somente com a Funai, mas outros órgãos do governo. Também tem que ser combinada com algumas ações sociais, pois a gente precisa dar uma segurança na terra, restabelecer a paz, a tranquilidade e também fazer uma fiscalização mais contínua, mais permanente", disse.

 

Joenia Wapichana cumpre seus últimos dias como deputada federal por Roraima, e ainda depende de nomeação para assumir oficialmente a autarquia. Ela deve ser nomeada pela ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, já que a Fundação passará a ser alinhada à pasta. Na gestão federal anterior, a Funai integrava a estrutura do Ministério da Justiça.

Em entrevista à Rede Amazônica, em Brasília, Joenia explicou que ao passar o período de reestruturação dos ministérios com novos comandos, reuniões serão realizadas para colocar o plano de proteção da Terra Yanomami em prática.

"Não é somente retirar garimpeiros e deixar da forma que está, mas dar uma resposta para a questão ambiental, para a própria questão ali dos garimpeiros. Precisa ser pensada numa ação coletiva num grupo de trabalho", complementou.

Ainda sobre as prioridades da Funai, a nova presidente disse que vai trabalhar para que os processos de demarcação e fiscalização das terras indígenas do país sejam retomados "dentro de um plano de trabalho", além de inibir o avanço de invasores nos territórios.

Perguntada também sobre quem deve assumir o posto de coordenador da Funai em Roraima, Joenia reforçou que a indicação partirá dos próprios povos indígenas do estado. Na semana passada, durante o ato simbólico em que lideranças indígenas de todo o país retomaram a sede do órgão em Brasília, Joenia declarou que quer total autonomia para os povos.

 

Terra Yanomami

Maior reserva indígena do Brasil, a Terra Yanomami tem quase 10 milhões de hectares entre os estados de Roraima e Amazonas, e parte da Venezuela. Cerca de 30 mil indígenas vivem na região em mais de 370 comunidades.

A área é mira do garimpo ilegal de ouro desde a década de 1980. Mas, nos últimos anos, essa busca pelo minério se intensificou, causando além de conflitos armados, a degradação da floresta e ameaça a saúde dos indígenas.

A invasão garimpeira causa a contaminação dos rios e degradação da floresta, o que reflete na saúde dos Yanomami, principalmente crianças, que enfrentam a desnutrição por conta do escasseamento dos alimentos.

Em 2020, o ano da pandemia, o garimpo ilegal avançou 30% na Terra Yanomami. Só o rio Uraricoera concentra 52% de todo o dano causado pela atividade ilegal. Em 2021, o garimpo ilegal avançou 46% na região, a maior devastação da história desde a demarcação e homologação do território há quase 30 anos.

 

fonte: https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2023/01/09/retirar-garimpeiros-da-terra-yanomami-e-dar-seguranca-aos-indigenas-e-prioridade-na-funai-diz-nova-presidente.ghtml


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