Mulheres vítimas de violência podem solicitar auxílio pago em moeda Mumbuca pelo período de um ano

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
 

Luciana Piredda e Maria Flor ajudam mulheres a reconstruir a própria vida na Casa da Mulher Maricaense; assista no Youtube - Camila Rodriguest">

 

A quarta temporada do programa Papo na Laje, que estreia nesta quinta-feira (16), aborda políticas públicas em prol da vida das mulheres em Maricá, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Uma das principais é o programa Recomeçar Sem Violência. Dentre as estratégias, estabelece auxílio de um salário mínimo pago na moeda local Mumbuca para mulheres vítimas de violência.

As convidadas do episódio são a secretária de Políticas e Defesa dos Direitos das Mulheres, Luciana Piredda, e a educadora popular Maria Flor, atendida pelo programa Recomeçar. Para ela, romper o ciclo da violência doméstica, resgatar a própria liberdade e autoestima é um caminho sem volta.

"Eu já passei por isso e sei que [a violência doméstica] é uma prisão sem muro. O [auxílio] Recomeçar é um divisor de águas porque a gente não fica presa ao indivíduo até se lançar novamente no mundo. Começa a passar muita coisa na cabeça. Como vou terminar meus estudos e arrumar um trabalho se casei cedo? Esse olhar diferenciado também engloba tudo isso", disse Maria Flor à apresentadora Dani Câmara.

Casa da Mulher

Maria foi assistida na Casa da Mulher Maricaense após um episódio de violência, e disse que ser ouvida sem julgamentos é fundamental. "Na Casa da Mulher a gente recebe esse acolhimento. Hoje eu ajudo outras mulheres ouvindo elas. Às vezes elas querem ser ouvidas sem que façam perguntas e isso vira um ciclo de amizade", contou.

Para a secretária Luciana Piredda, as palavras acolhimento, empatia e sororidade são as que melhor definem esse espaço. A Casa da Mulher Maricaense é um espaço com uma equipe de advogadas, assistentes sociais e psicólogas que oferecem, principalmente, acolhimento às mulheres em situação de violência. 

"Muitas vezes a mulher está nessa prisão sem muro, pedindo socorro, e as pessoas não percebem, não tem essa sensibilidade. Muitas chegam na Casa da Mulher a partir da experiência de uma amiga que teve a situação resolvida".

Violência doméstica

Piredda também falou de mais uma política no enfrentamento da violência contra mulher que está em vias de ser implementada em Maricá, visando o cumprimento da Lei 3359/2023. A proposta é que ao denunciar o agressor pela Lei Maria da Penha, a mulher também possa solicitar o encaminhamento deste homem a um grupo reflexivo. 

Com isso, a proposta busca ressignificar as masculinidades construídas na sociedade e reeducar os homens que cometem violências. Além de reduzir os índices de reincidência de violência doméstica e familiar. O agressor deverá cumprir a medida por determinação judicial.

"Não dá para dissociar gênero, raça e classe. São as mulheres negras as que mais sofrem violência, mas também são as que mais denunciam. Elas conhecem o caminho dos seus direitos", conclui a secretária de Maricá.

Em 2023, Maricá registrou 680 casos de violência física, 598 de violência moral, 117 de violência patrimonial, 942 de violência psicológica e 143 de violência sexual. Os dados são do Dossiê Mulher, do Instituto de Segurança Pública (ISP). Do total de casos de feminicídio registrados em 2023 no estado do Rio, 83% tiveram como motivo conflitos de relacionamentos.

Assista

Auxílio Recomeçar

Vítimas de violência podem solicitar o auxílio que é pago em moeda Mumbuca pelo período de um ano. O objetivo é a emancipação econômica das mulheres e ruptura do ciclo das violências e opressões. Você não está sozinha, peça ajuda (clique aqui).

Os critérios para receber o auxílio são: três anos de residência em Maricá, inscrição no CadÚnico e ter uma renda até três salários mínimos (R$3.900,00). O benefício pode ser prorrogado por mais um ano. Durante a permanência no programa, a mulher terá acompanhamento de profissionais da Casa para ressignificar sua vida.

Papo na Laje

//www.youtube.com/@PapoNaLaje" target="_blank" rel="noopener" style="box-sizing: border-box; color: rgb(205, 4, 18); text-decoration: none; background-color: transparent; margin: 0px; padding: 0px; border: 0px; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: bold; font-stretch: inherit; font-size: inherit; line-height: inherit; font-family: inherit; font-optical-sizing: inherit; font-size-adjust: inherit; font-kerning: inherit; font-feature-settings: inherit; font-variation-settings: inherit; vertical-align: baseline; cursor: pointer;">O Papo na Laje é um programa de TV que valoriza o protagonismo da juventude nas favelas e periferias do Rio de Janeiro. A cada novo episódio a apresentadora Dani Câmara recebe dois convidados que compartilham experiências sobre temas de interesse da juventude e da classe trabalhadora.  

A quarta temporada do programa conta com a parceria da Incubadora de Inovação Social em Cultura de Maricá, um projeto desenvolvido pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICTIM), junto à Secretaria Municipal de Cultura e ao Instituto Brasil Social (IBS).

Edição: Jaqueline Deister

fonte: https://www.brasildefatorj.com.br/2025/01/16/politicas-pela-vida-das-mulheres-em-marica-rj-e-tema-de-estreia-do-programa-de-tv-em-2025


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