"O Congresso que toma posse em janeiro de 2023, de feição mais à direita e à extrema direita, irá exigir malabarismos dentro e fora do Congresso Nacional para assegurar a manutenção da legislação de proteção aos recursos naturais, dos direitos dos povos indígenas e aprovar leis que ampliem a segurança, a fiscalização e prevenção efetiva à devastação da Amazônia"

"O Congresso que toma posse em janeiro de 2023, de feição mais à direita e à extrema direita, irá exigir malabarismos dentro e fora do Congresso Nacional para assegurar a manutenção da legislação de proteção aos recursos naturais, dos direitos dos povos indígenas e aprovar leis que ampliem a segurança, a fiscalização e prevenção efetiva à devastação da Amazônia", escreve Ivânia Vieira, jornalista, professora da Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), doutora em Comunicação, articulista no jornal A Crítica de Manaus, cofundadora do Fórum de Mulheres Afroameríndias e Caribenhas e do Movimento de Mulheres Solidárias do Amazonas (Musas).

Eis o artigo.

A pauta Amazônica e ambiental, na perspectiva das lutas dos povos amazônicos, irá enfrentar um Congresso Nacional disposto, na maioria dos eleitos, a deixar mais largo o portão para a “boiada passar” e eliminar os obstáculos. O autor do trecho em aspas, ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, será um dos 513 deputados federais, eleito por São PauloSalles, exonerado em 23 de junho de 2021 é investigado por suspeita de cometer crimes ambientais no exercício do cargo.


Outras figuras que passaram pela Amazônia, assumiram cargos no atual governo federal e nada de relevante fizeram pela região, são o ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello, eleito pelo Rio de Janeiro. Ele respondia pelo ministério quando pessoas morreram por falta de oxigênio em Manaus; o vice-presidente da República general Hamilton Mourão, ex-comandante militar da Amazônia, eleito senador pelo Rio Grande do Sul. Coordenador do Conselho Nacional da Amazônia Legal, o vice-presidente não conseguiu agir para conter o avanço da destruição da floresta.


Somam-se a esses parlamentares eleitos os representantes, nas duas casas legislativas, do agronegócio, da mineração em terrena indígena, da pecuária, da exploração da madeira e das chamadas bancadas da bala e do boi. O Congresso que toma posse em janeiro de 2023, de feição mais à direita e à extrema direita, irá exigir malabarismos dentro e fora do Congresso Nacional para assegurar a manutenção da legislação de proteção aos recursos naturais, dos direitos dos povos indígenas e aprovar leis que ampliem a segurança, a fiscalização e prevenção efetiva à devastação da Amazônia.


Na atual legislatura, os retrocessos na pauta ambiental preocupam pelo ritmo veloz das ações de desmantelamento da estrutura governamental responsável por cuidar da área ambiental, impedir e investigar crimes realizados e não responsabilizados. A próxima legislatura sinaliza com iniciativas que se constituem em ameaças mais contundentes à política ambiental brasileira, em especial à Amazônia e ao Pantanal.


A existência de mais de 2,2 milhões de pessoas armadas no País, muitas delas com negócios nas cidades amazônicas, é pólvora espalhada. As vítimas são notícias frequentes na mídia diante do silêncio oficial como senha para o massacre continuar.


Os deputados federais e os senadores comprometidos com a questão Amazônia terão a responsabilidade, difícil e complexa, de construir e reforçar diálogos com os setores populares, as comunidades tradicionais, os povos indígenas, os espaços institucionais salvaguardados e de atuar estrategicamente pelo fortalecimento dessa costura. É nela que reside uma das possibilidades no enfrentamento ao projeto de destruição da Amazônia obter respostas positivas.


Brasil em larga degradação social combinada com atos governamentais de ataques aos direitos humanos faz explodir a violência e esta tem na Amazônia um dos territórios preferenciais. Parte dos parlamentares recém-eleitos para o Congresso Nacional tem responsabilidade nessa tragédia e acabam de ser premiados com a outorga de mandatos. Legitimados pelo voto, devem manter a bandeira da destruição erguida como símbolo daquilo que fizeram ontem e fazem hoje.

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fonte: https://www.ihu.unisinos.br/622890-a-amazonia-no-futuro-congresso-nacional

 


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