Relatório mostra que houve uma estimativa de 287 mil mortes maternas em todo o mundo, em 2020. Em duas das oito regiões da ONU, a taxa de mortalidade materna aumentou 17% e 15% de 2016 a 2020

Correio Braziliense
postado em 23/02/2023 06:00
 

 (crédito: MARCO LONGARI)

(crédito: MARCO LONGARI)
 
 

A cada dois minutos, uma mulher morre durante a gravidez ou o parto, segundo um relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU). A publicação revela retrocessos na saúde feminina nos últimos anos, pois a mortalidade materna aumentou ou estagnou em quase todas as regiões do mundo. O Brasil encaixa-se no primeiro grupo, com 5,4% mais óbitos registrados entre 2000 e 2020. No ano passado, o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde relatou esse crescimento, atribuindo as mortes, no país, a hemorragias, infecções e abortos.

"Embora a gravidez deva ser um momento de imensa esperança e uma experiência positiva para todas as mulheres, tragicamente ainda é uma experiência chocantemente perigosa para milhões de pessoas em todo o mundo que não têm acesso a cuidados de saúde respeitosos e de alta qualidade", disse o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus. "Essas novas estatísticas revelam a necessidade urgente de garantir que todas as mulheres e as meninas tenham acesso a serviços de saúde críticos antes, durante e após o parto, que possam exercer plenamente seus direitos reprodutivos."

O relatório mostra que houve uma estimativa de 287 mil mortes maternas em todo o mundo, em 2020. Em duas das oito regiões da ONU — Europa e América do Norte e América Latina e Caribe —, a taxa de mortalidade materna aumentou de 2016 a 2020, 17% e 15%, respectivamente. Em outros lugares, estagnou. O documento mostra, no entanto, que o progresso é possível. Por exemplo, duas regiões — Austrália e Nova Zelândia e Ásia Central e Meridional — experimentaram declínios significativos (em 35% e 16%, respectivamente) durante o mesmo período, assim como 31 países em todo o mundo.

Evitáveis

Em números totais, as mortes maternas continuam amplamente concentradas nas partes mais pobres do mundo e em países afetados por conflitos. Em 2020, cerca de 70% de todos os óbitos ocorreram na África Subsaariana. Em nove países que enfrentam graves crises humanitárias, as taxas foram mais que o dobro da média mundial (551 por 100 mil nascidos vivos, em comparação com 223, globalmente).

Sangramento grave, pressão alta, infecções relacionadas à gravidez, complicações de aborto inseguro e condições subjacentes que podem ser agravadas pela gestação (como HIV/Aids e malária) são as principais causas de mortes maternas. Segundo o relatório, são causas amplamente evitáveis e tratáveis com acesso aos cuidados de saúde de qualidade.

"Reduzir a mortalidade materna continua sendo um dos desafios globais de saúde mais prementes", disse John Wilmoth, diretor da Divisão de População do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU. "É nossa responsabilidade coletiva garantir que toda mãe, em todos os lugares, sobreviva ao parto, para que ela e seus filhos possam prosperar."

 

fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/ciencia-e-saude/2023/02/5075461-uma-mulher-morre-a-cada-dois-minutos-durante-a-gravidez-ou-o-parto-diz-oms.html


Receba Notícias

Cfemea Perfil Parlamentar

logo ulf4

Aborto Legal

aborto legal capa

Direitos Sexuais e Reprodutivos

logo ulf4

Cfemea Perfil Parlamentar

logo ulf4

Tecelãs do Cuidado - Cfemea 2021

Violência contra as mulheres em dados

Rita de Cássia Leal Fonseca dos Santos

Ministério do Planejamento
CLIQUE PARA RECEBER O LIVRO (PDF)

marcha das margaridas agosto 2023

Estudo: Elas que Lutam

CLIQUE PARA BAIXAR

ELAS QUE LUTAM - As mulheres e a sustentação da vida na pandemia é um estudo inicial
sobre as ações de solidariedade e cuidado lideradas pelas mulheres durante esta longa pandemia.

legalizar aborto

Artigos do Cfemea

Mulheres do Distrito Federal se preparam para receber a Marcha das Margaridas. Cfemea presente!

Dezenas de ativistas do Distrito Federal se reuniram em Plenária para debater e construir a Marcha das Margaridas. A marcha já é um dos maiores eventos feministas antirracistas do Brasil.

Congresso: feministas mapeiam o conservadorismo

Pesquisa aponta: só mobilização pode superar conservadorismo do Congresso. Lá, 40% alinham-se ao “panico moral”; 57% evitam discutir aborto; 20% são contra atendimento às vítimas e apenas um em cada cinco defende valores progressistas

Eleições: O “feminismo” de fundamentalistas e oligarcas

Candidaturas femininas crescem no país, até em partidos conservadores. Se o atributo de gênero perde marcas pejorativas, desponta a tentativa de passar ao eleitorado uma receita morna de “defesa das mulheres” – bem ao gosto do patriarcado

A pandemia, o cuidado, o que foi e o que será

Os afetos e o cuidar de si e dos outros não são lugar de submissão das mulheres, mas chave para novas lutas e processos emancipatórios. Diante do horror bolsonarista, sangue frio e coração quente são essenciais para enfrentar incertezas, ...

Como foi viver uma Campanha Eleitoral

ataques internet ilustracao stephanie polloNessa fase de campanha eleitoral, vale a pena ler de novo o artigo que Iáris Cortês escreveu uns anos atrás sobre nossa participação em um processo eleitoral

Dezesseis anos da Lei 11.340, de 07/08/2006, Lei Maria da Penha adolescente relembrando sua gestação, parto e criação

violencia contra mulherNossa Lei Maria da Penha, está no auge de sua adolescência e, se hoje é capaz de decidir muitas coisas sobre si mesma, não deve nunca esquecer o esforço de suas antepassadas para que chegasse a este marco.

Como o voto feminino pode derrubar Bolsonaro

eleicoes feminismo ilustracao Thiago Fagundes Agencia CamaraPesquisas mostram: maioria das mulheres rechaça a masculinidade agressiva do presidente. Já não o veem como antissistema. Querem respostas concretas para a crise. Saúde e avanço da fome são suas principais preocupações. Serão decisivas em outubro. (Ilustração ...

Direito ao aborto: “A mulher não é um hospedeiro”

feministas foto jornal da uspNa contramão da América do Sul, onde as mulheres avançam no direito ao próprio corpo, sociedade brasileira parece paralisada. Enquanto isso, proliferam projetos retrógrados no Congresso e ações criminosas do governo federal

As mulheres negras diante das violências do patriarcado

mulheres negras1Elas concentram as tarefas de cuidados e são as principais vítimas de agressões e feminicídios. Seus filhos morrem de violência policial. Mas, através do feminismo, apostam: organizando podemos desorganizar a ordem vigente

Balanço da ação feminista em tempos de pandemia

feminismo2Ativistas relatam: pandemia exigiu reorganização política. Mas, apesar do isolamento, redes solidárias foram construídas – e o autocuidado tornou-se essencial. Agora, novo embate: defender o direito das mulheres nas eleições de 2022

nosso voto2

...