Quase lá: Relato da Kuñangue Aty Guasu, a maior Assembleia das Mulheres Kaiowá e Guarani do estado de Mato Grosso do Sul

Nós somos a Kuñangue Aty Guasu, a maior Assembleia das Mulheres Kaiowá e Guarani do estado de Mato Grosso do Sul. Nossa organização foi fundada em 12 de novembro de 2006 pelas Matriarcas anciãs Ñandesy (nossas - mães) do nosso povo.

"Somos refugiados em nosso próprio país.”
Damiana Cavanha


Nós somos a Kuñangue Aty Guasu, a maior Assembleia das Mulheres Kaiowá e Guarani do estado de Mato Grosso do Sul. Nossa organização foi fundada em 12 de novembro de 2006 pelas Matriarcas anciãs Ñandesy (nossas - mães) do nosso povo. A nossa assembleia é organizada por nós Mulheres para Mulheres Kaiowá e Guarani, meninas, jovens, anciãs e toda a comunidade indígena na liderança das Ñandesys do conselho de nossa organização. Pautamos tudo o que envolve o nosso corpo-território, e depois das anfitriãs, todas, todos e todes xs representantes das comunidades têm voz, espaço, participação e decisão em nossa assembleia. Através deste documento escrito na língua não indígena para compreensão dos Karai (não indígenas) e de todxs que não entendem a nossa língua materna, viemos em público traduzir/protocolar as tantas vozes das nossas matriarcas, e todas as demandas das mulheres Kaiowá e Guarani presentes em nossa assembleia.

A nossa assembleia é anual, é o maior e um dos únicos espaços coletivos de debate, construção e encaminhamentos do que se refere as nossas demandas, direitos e deveres coletivos como mulheres indígenas. No ano de 2023 realizamos o nosso evento, o maior encontro das Mulheres Kaiowá e Guarani de MS, a XI Grande Assembleia das Mulheres Kaiowá e Guarani, Kuñangue Aty Guasu, aconteceu de 21 à 26 de novembro, na Terra Indígena Guapo’y -Panduì, localizada na fronteira entre Brasil e Paraguai, no município de Amambai/MS.

Em 2023 não foi diferente, as violações seguiam acontecendo de diversas formas, nos encontramos  diante de um Congresso de conservadores, evangélicos, ruralistas e anti-indígenas, logo no início as decisões do presidente Lula já se mostrou preocupante diante da exoneração das mulheres em cargos públicos de liderança de primeiro escalão para acomodar os homens indicados pelo Centrão e o descarte da raça e gênero como critérios para Supremo Tribunal Federal, isso nos mostra que as negociações políticas tem cores e lados, fato esse muito presente na decisão do “veto do Marco Temporal”, sai governo entra governo, e as bases continuam com a ausência do estado brasileiro.

Nas bases a Fundação Nacional dos Povos Indígenas, seguiu de maneira muito sucateada, assim como a saúde indígena, o não acesso a água potável é um dos maiores desafios nos territórios indígenas, uma demanda de décadas nunca atendida de maneira adequada nem pela saúde indígena, muito menos por outros órgãos públicos. A água envenenada e suja, tem adoecido as comunidade indígenas, prejudicando todos de forma geral, e vidas indígenas permanecem em risco, assim como a saúde das gestantes, puérperas, crianças, idosas, etc. E até os dias atuais não foi apresentado nenhuma proposta para atender os territórios indígenas Kaiowá e Guarani sem acesso a água potável.

Baixe aqui e leia o relato da XI Grande Assembleia das Mulheres Kaiowá e Guarani, Kuñangue Aty Guasu


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