Quase lá: 'Criança não é mãe': manifestantes em todo o Brasil protestam contra PL da Gravidez Infantil

Manifestações ocorreram em diversas cidades e pediram queda do projeto que equipara interrupção da gravidez a homicídio

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

Se aprovado, texto pode mandar para a prisão mulheres que recorrerem a abortos após 22 semanas e médicos que os realizarem - Junior Lima @xuniorl

<p

Diversas cidades do país receberam na noite desta quinta-feira (13) atos de movimentos feministas contra o projeto de lei que equipara aborto a homicídio, batizado de PL da Gravidez Infantil. O PL 1904/2024 prevê penas de até 20 anos de prisão para pessoas que realizarem abortos após 22 semanas de gestação, situação que ocorre majoritariamente com crianças abusadas sexualmente. 

A Frente Contra a Criminalização das Mulheres e Pela Legalização do Aborto esteve à frente de atos em 17 cidades e participaram de mobilizações em outras localidades.

Os protestos foram organizados em reação à decisão da Câmara dos Deputados de aprovar a urgência para a tramitação do texto. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), pautou a votação de urgência na noite desta quarta-feira (12), sem acordo entre as bancadas e sem anunciar o número do PL que estava sendo votado. Em 23 segundos, ele declarou a votação simbólica encerrada, possibilitando que o texto fosse liberado para votação apenas em plenário, sem a avaliação das comissões pertinentes. 

A mobilização em Brasília aconteceu no Museu Nacional da República e reuniu centenas de manifestantes. Segundo a secretária de Mulheres da Central Única dos Trabalhadores do DF (CUT-DF), Thaísa Magalhães, a manifestação mostra que as mulheres atenderam ao chamado de diversas organizações feministas e sociais. "As mulheres se solidarizaram com a urgência de colocarmos o bloco na rua para dizer não ao PL da gravidez na infância", disse Thaíssa.

Segundo a pedagoga Leila Rebouças, a discussão dessa pauta, na Câmara dos Deputados, representam uma negociação sobre corpos femininos. Ela ainda lembra que, em anos eleitorais, como é o caso de 2024, onde serão realizadas as eleições municipais, pautas conservadoras voltam a ser debatidas no Congresso. "Essa é mais uma estratégia de colocarem essas pautas para negociarem votos", disse.

Mobilização contra o projeto de lei também lembrou que, no Distrito Federal, a cada 14 horas, uma menina ou mulher é vítima de estupro / Foto: Eline Luz

São Paulo (SP)

Em São Paulo, o ato aconteceu no vão do Masp, na Avenida Paulista e reuniu centenas de manifestantes. De acordo com Ana Paula, militante da Frente Nacional Contra a Criminalização das Mulheres e Pela Legalização do Aborto, as manifestações representam um basta das mulheres frente ao ataque a um direito já garantido em lei. "Foi um momento de revolta das mulheres e das todas as pessoas que gestam com a tramitação e urgência do PL 1904, que foi feita sem nenhuma consulta decente ao parlamento, porque ela não foi sequer anunciada. Em 23 segundos, Lira rifa a vida de milhares de meninas e mulheres que têm no Código Penal,  que é de 1940, um recurso para acessar um direito legal, que é o aborto em casos de violência sexual e risco de vida. Isso de fato é muito revoltante e foi o que colaborou para essa movimentação", afirma. 


Manifestantes lotaram o vão do Masp para exigir o acesso ao aborto legal e seguro / Junior Lima @xuniorl

Rio de Janeiro (RJ)

 

A Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, ficou lotada para em defesa do direito ao aborto legal, incluindo para gestações que ultrapassem o limiar de 22 semanas. 

 


Cinelândia foi tomada por manifestantes contra o PL 1904/2024 / Rodrigo Amodei / Mídia NINJA e Coletivo JUNTAS

Edição: Thalita Pires

fonte: https://www.brasildefato.com.br/2024/06/13/crianca-nao-e-mae-atos-em-todo-o-brasil-protestam-contra-pl-da-gravidez-infantil

 


Artigos do CFEMEA

Coloque seu email em nossa lista

lia zanotta4
CLIQUE E LEIA:

Lia Zanotta

A maternidade desejada é a única possibilidade de aquietar corações e mentes. A maternidade desejada depende de circunstâncias e momentos e se dá entre possibilidades e impossibilidades. Como num mundo onde se afirmam a igualdade de direitos de gênero e raça quer-se impor a maternidade obrigatória às mulheres?

ivone gebara religiosas pelos direitos

Nesses tempos de mares conturbados não há calmaria, não há possibilidade de se esconder dos conflitos, de não cair nos abismos das acusações e divisões sobretudo frente a certos problemas que a vida insiste em nos apresentar. O diálogo, a compreensão mútua, a solidariedade real, o amor ao próximo correm o risco de se tornarem palavras vazias sobretudo na boca dos que se julgam seus representantes.

Violência contra as mulheres em dados

Cfemea Perfil Parlamentar

Direitos Sexuais e Reprodutivos

logo ulf4

Logomarca NPNM

Cfemea Perfil Parlamentar

Informe sobre o monitoramento do Congresso Nacional maio-junho 2023

legalizar aborto

...