Quase lá: E-book “As Cientistas Superpoderosas” inspira crianças com trajetórias de pesquisadoras

Ter contato com boas histórias de cientistas mulheres é um aprendizado capaz de mudar as percepções das crianças brasileiras não só sobre ciência, mas sobre gênero. Se as cientistas em questão forem da mesma nacionalidade, então… Viram referência de vida.

 

 

É essa a ideia por trás do livro digital As Cientistas Superpoderosas, criado por uma parceria entre os projetos de extensão Ciência & Criança e Meninas e Mulheres nas Ciências, ambos de educação científica para crianças e desenvolvidos na Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Lançada na última segunda-feira (19) e já disponível para download gratuito, a publicação conta a história de três cientistas que marcam ou marcaram suas áreas de pesquisa nas ciências exatas no Brasil.

“Trazemos um pouco da biografia dessas cientistas enfatizando a infância de cada uma e contando os desafios que enfrentaram. É na infância que muitas pessoas passam a ver profissões como ‘masculinas’, principalmente na área de Exatas. Também é comum escutarmos que cientistas são gênios e isso acaba afastando os mais jovens”, explica a professora Tatiana Simões, do Departamento de Química da UFPR, coordenadora do Ciência & Criança e uma das organizadoras do livro.

As três cientistas retratadas no livro. Imagem: Reprodução

São narradas as histórias reais de:
– Denise Alves Fungaro, pesquisadora da área de química no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN-CNEN/SP);
– Maria Laura Mouzinho Leite Lopes, a primeira doutora brasileira em matemática, falecida em 2013; e
– Marcia Cristina Bernardes Barbosa, professora titular no Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Inspiração

Por meio do livro, as crianças conhecem histórias como a da brincadeira de infância de que Fungaro, hoje com 63 anos, mais gostava: brincar com potes de água colorida, tingida com batons esmagados da sua mãe.

Mesmo com vocação, Fungaro não teve jornada fácil na sua formação. Por ser uma menina negra de cabelos crespos, o ambiente escolar não foi acolhedor para os estudos da pesquisadora. Chamavam-na de “homenzinho” por causa dos cabelos curtos.

Trajetórias como a da cientista paulista, hoje colecionadora de prêmios por suas pesquisas sobre a reutilização de resíduos voltadas a reduzir o impacto ambiental do lixo, servem de inspiração para crianças, aponta Simões.

“Sugerimos que as famílias e professores desfrutem não apenas das belas ilustrações e histórias dessas pesquisadoras brasileiras, mas que encontrem uma oportunidade para conversar sobre ciência e representatividade”.

Fungaro manifestou seu entusiasmo em um e-mail à equipe: “Parabéns a todos os envolvidos por essa iniciativa. Minha gratidão, é uma honra ter sido escolhida para participar desse livro. Fico muito feliz”.

Escolha

Para a equipe de três autoras do livro a pesquisa também foi uma parte inspiradora do trabalho.

Segundo Letícia da Silva, foi importante que a escolha das cientistas a serem perfiladas se baseasse não apenas em relevância na comunidade científica, mas também na sua história. “O aspecto que mais me inspira é a resiliência, persistir mesmo perante as dificuldades. Não podemos deixar de sonhar, podemos chegar onde quisermos”.

A história de Fungaro, por exemplo, mexeu com Ketlyn Borth, que se recorda das diversas linhas de batalha até que a cientista chegasse aonde chegou, da escola ao primeiro emprego.

“Essas dificuldades estão muito presentes na vida das crianças e suas famílias, o que estabelece um paralelo com a possibilidade dessas crianças se tornarem cientistas, assim como a Denise se tornou. Além disso, Denise representa diversas meninas e mulheres negras que lutam diariamente para serem reconhecidas e valorizadas em seus espaços de interesse”.

Já Rayssa dos Anjos gostou do fato de que Márcia Barbosa não se submetesse a códigos de vestimenta conservadores para atuar como cientista. “A sua saia curta é um posicionamento político e assertivo. Achei isto incrível!”.

Ficha técnica

As organizadoras do livro digital são as professoras Tatiana Simões e Camila da Silva, do Departamento de Química da UFPR. A autoria é das pesquisadoras Ketlyn Wolfart Borth, Rayssa de Moura Vieira dos Anjos, Letícia Cristina da Silva e Ana Julia Molinos Leite da Silva. As ilustrações são assinadas por Carolina Silva Kinopf, estudante de Design Gráfico na UFPR.

Este é o quinto livro que o Projeto Ciência & Criança lança sobre educação científica (baixe os outros aqui). Já o Meninas e Mulheres nas Ciências disponibiliza livros de passatempos com foco na biografia de mulheres cientistas (confira aqui).

De acordo com a organização, o e-book foi pensado para o público infantil e tem como objetivo promover a Educação para o Desenvolvimento Sustentável, conforme estabelecido pela Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), por meio dos Objetivos de Aprendizagem relacionados aos ODS 4, 5, 10 e 16.

A obra foi elaborada para a 19ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com apoio da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec) da UFPR.

SERVIÇO
O quê: Lançamento do e-book As Cientistas Superpoderosas, dos projetos Ciência & Criança e Meninas e Mulheres na Ciência, da UFPR
Onde baixar: no site do Ciência & Criança
Para mais informações, acompanhe o Ciência & Criança no Instagram e no Facebook; e o MMC, também no Instagram e no Facebook

fonte: https://ufpr.br/e-book-as-cientistas-superpoderosas-inspira-criancas-com-trajetoria-de-mulheres-cientistas/

 


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