"Mulher, não se cale!", busca sensibilizar a sociedade e ampliar o debate sobre a violência de gênero. Será apresentada em várias estações de metrô do DF
A Secretaria da Mulher do Distrito Federal(SMDF), em parceria com o Instituto Inside Brasil, lançará quinta-feira (28/09) a campanha “Mulher, não se cale!”. A iniciativa tem como objetivo conscientizar e ampliar o debate sobre a violência de gênero no DF, atingindo principalmente as pessoas que circulam nas estações do metrô. Além da Estação Galeria, estandes de divulgação da ação passarão por outras cinco estações. Além disso, em paralelo, todas as outras apresentarão um pouco desse projeto.
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De acordo com a secretária da mulher, Gisele Ferreira, a violência contra mulher é uma realidade triste que o DF enfrenta. “Entendemos que a informação é a maior arma que a mulher pode ter para combater esse mal. Queremos, com esta ação, sensibilizar os usuários do metrô sobre a gravidade da situação e incentivar a cultura do respeito e da paz nas relações familiares e sociais”, completa.
Casos em 2023
Segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-DF), em 2023 o DF já soma 27 casos de feminicídios. Esses números já superam em quase 50% os episódios do ano passado, quando ocorreram 17 casos. Do total desses crimes, 66% aconteceram no interior das residências e 25% em ruas, praças e estacionamentos.
O material da SSP-DF também mostra que, o principal motivo para a realização do crime é o ciúme. Cerca de 77% das vítimas sofreram violência antes do feminicídio acontecer e 51% delas não registraram ocorrência contra o autor. A região de Brasília com mais casos é Ceilândia, com um total de seis casos.
Por isso, segundo a SMDF, a campanha além de tentar convencer os homens a não praticarem violência contra as mulheres e tornar acessível o material de conscientização, também vai orientar as mulheres que sofrem ou testemunham essa violência a não se calarem e denunciarem os agressores.
A SMDF espera alcançar diariamente cerca de 30 mil pessoas. Considerando-se que cada uma delas pode replicar a informação pelo menos uma vez, estima-se um impacto ainda maior.
* Texto de Luis Fellype Rodrigues, estagiário sob a supervisão de Hylda Cavalcanti