Quase lá: Imagine a UnB que queremos

A reitora eleita e seu vice se manifestam sobre o processo eleitoral e o programa vencedor das eleições recém realizadas na Universidade de Brasília

 

Nosso postulado de gestão é o de alçar a diversidade, a equidade e a inclusão como eixos estruturantes e imprescindíveis de uma universidade pública, gratuita, autônoma e de qualidade -  (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

 Nosso postulado de gestão é o de alçar a diversidade, a equidade e a inclusão como eixos estruturantes e imprescindíveis de uma universidade pública, gratuita, autônoma e de qualidade - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
 
 

Rozana Naves — professora do Instituto de Letras da Universidade de Brasília (UnB)

Márcio Muniz de Farias — Professor da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília (UnB)

artigo publicado em 8/9/24 no jornal Correio Braziliense

 

Os processos de consulta para a Reitoria nas universidades públicas são a expressão máxima da democracia interna dessas instituições, que se constituíram como um dos pilares da democracia brasileira. No último 5 de setembro, concluiu-se esse processo na Universidade de Brasília (UnB) para a gestão 2024-2028. Nossa chapa, Imagine UnB: Participar e Transformar, foi a mais votada. Recebemos 65% dos votos válidos e lideramos a votação nos três segmentos — estudantes, técnicos e docentes.

A consulta teve participação significativa da comunidade, apesar de o voto não ser obrigatório. No segmento docente e no dos servidores técnico-administrativos, os indicadores foram equivalentes aos de pleitos anteriores. Entre os estudantes, a participação foi menor. Cabe perguntar a razão para isso, não podendo ser descartada a hipótese de que haja relação com a pouca participação dos estudantes na definição das políticas institucionais ou a percepção deles de que não são ouvidos pelas instâncias administrativas.

Ao apresentarmos a nossa candidatura nesse pleito, assumimos o compromisso de oferecer uma gestão efetivamente participativa, que prioriza o cuidado, o acolhimento, a saúde e a escuta ativa e sensível de toda a comunidade da UnB. Nosso postulado de gestão é o de alçar a diversidade, a equidade e a inclusão como eixos estruturantes e imprescindíveis de uma universidade pública, gratuita, autônoma e de qualidade.

Também consideramos que a UnB pode, e deve, atuar de modo mais incisivo, consequente e propositivo na defesa da justiça socioambiental. Se, de um lado, há grandes desafios a serem enfrentados — a crise ambiental global, as desigualdades sociais, a manutenção e o fortalecimento da democracia —, de outro lado, vivemos momentos de grandes potencialidades: a solidariedade no enfrentamento das emergências, as ações coletivas para a promoção de relacionamentos harmônicos entre sociedade e natureza, a organização social que resiste aos autoritarismos, aos conservadorismos e à destituição de direitos.

Nosso programa de gestão, fruto de uma intensa jornada de trabalho, diálogo e participação ativa de pessoas dos três segmentos da UnB, vinculadas aos quatro campi, foi referendado nesse processo de consulta, em que a comunidade se pronunciou pela mudança de gestão. Finalizado o processo, já não somos mais uma chapa, mas seremos os representantes de toda essa comunidade. Nesse contexto, o exercício do diálogo e da interlocução deve ser ampliado, em prol da universidade.

Começamos por agradecer a todas as pessoas que imaginaram e defenderam o projeto de uma UnB democrática, inovadora, vibrante, comprometida com a construção de um futuro mais digno, inclusivo e sustentável. Uma universidade cujos ambientes acadêmicos e administrativos sejam humanizados, saudáveis e livres de assédio, em que a equidade prevaleça, a diversidade e as epistemologias plurais sejam respeitadas e as competências técnica e acadêmica sejam valorizadas.

Agradecemos aos professores Fátima Sousa e Paulo Celso, que, com o coletivo que os apoiou, engajaram-se na nossa campanha, ratificando o desejo de mudança, expresso pela comunidade no primeiro turno. E cumprimentamos os professores Olgamir Amância e Gustavo Romero pela disputa democrática. Reconhecemos o trabalho qualificado da Comissão Organizadora da Consulta, formada por representantes dos três segmentos, que, mais uma vez, demonstrou ser capaz de coordenar, de forma democrática e transparente, o processo de consulta para indicação de reitor e vice-reitor da UnB.

Na próxima sexta-feira, 13 de setembro, caberá ao Conselho Universitário da UnB elaborar a lista tríplice a ser encaminhada ao Ministério da Educação, para posterior nomeação da futura reitora pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como prevê a lei. Nossa expectativa, em ambos os casos, é de que a vontade da nossa comunidade seja respeitada. O próprio presidente Lula, em reunião com reitores em 19 de janeiro de 2023, assim se pronunciou: "Eu quero que vocês saibam que a autonomia universitária será garantida. Neste mandato, vocês terão o direito de serem responsáveis por quem é eleito para ser reitor".

Por isso, além de cumprimentar a comunidade da UnB, nós nos comprometemos com uma gestão que seja para todos e todas. Vamos imaginar a UnB que queremos e transformá-la em um espaço de construção conjunta e participativa.

 fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2024/09/6936939-imagine-a-unb-que-queremos.html

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