Quase lá: Livro ‘Um Defeito de Cor’ se torna o mais vendido após desfile da Portela

A Escola de Samba Portela, do Rio de Janeiro, manifestou a crítica social ao racismo estrutural e abriu espaço para a manifestação de mulheres que perderam seus filhos para o terrorismo policial de Estado.

 
 
Duas edições diferentes da obra escrita por Ana Maria Gonçalves ocupam o primeiro e o segundo lugar no ranking da Amazon
 
A escritora Ana Maria Gonçalves, autora do livro "Um Defeito de Cor", durante a gravação do programa Trilha de Letras, da TV Brasil.

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil - A escritora Ana Maria Gonçalves, autora do livro "Um Defeito de Cor", durante a gravação do programa Trilha de Letras, da TV Brasil.

13 de fevereiro de 2024 - Alma Preta

 

Escrito por Ana Maria Gonçalves, o livro “Um Defeito de Cor”, que inspirou o samba-enredo da escola de samba Portela no Carnaval 2024, disparou nas vendas da Amazon nas últimas 24 horas. 

A obra ocupa as duas primeiras posições no ranking de livros mais vendidos no Brasil, com duas edições diferentes do romance. Os exemplares tiveram um aumento de 69.24% nas vendas, de acordo com informações do e-commerce. 

Os carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga apresentaram na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, a interpretação da obra com Lázaro Ramos no papel de Luiz Gama, filho de Kehinde, também conhecida como Luísa Mahin, personagem principal no enredo. O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, também desfilou pela agremiação.

O enredo do desfile gira em torno de uma carta, onde Luiz Gama troca experiências com sua mãe, na qual foi separado quando era criança. “Um Defeito de Cor” narra a história de Kehinde, através de sua viagem da África ao Brasil em busca do filho perdido há décadas.

Durante a viagem, Luísa Mahin se debruça sobre as histórias que marcaram sua vida, permeadas por violências e pela escravização. O livro é considerado um marco na literatura brasileira, trazendo maiores contribuições sobre a história de Gama e Mahin, revolucionários abolicionistas do Brasil.

Filhos assassinados pela Polícia:

portela2024nadia santos

 

portela2024 assassinato jovem negro

  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

    fonte: https://almapreta.com.br/sessao/cultura/livro-um-defeito-de-cor-se-torna-o-mais-vendido-apos-desfile-da-portela/

     

    Portela ganha Estandarte de Ouro por enredo de luta contra o racismo

    A escola enalteceu a trajetória das mulheres negras dentro da sociedade brasileira Inspirada na obra "Um Defeito de Cor"
    A imagem mostra Jackeline Oliveira, mãe de Kathlen Romeu, prestando homenagem à filha durante desfile da Portela na madrugada de terça-feira (13), na Sapucaí.

    Foto: Reprodução

    13 de fevereiro de 2024 - Alma Preta

    A Portela conquistou o título de melhor escola do Grupo Especial no Estandarte de Ouro 2024 e melhor enredo, em uma cerimônia marcada pela celebração da cultura afro-brasileira. A agremiação do Rio de Janeiro, que desfilou como a segunda escola na noite de segunda-feira (11), apresentou o enredo “Um Defeito de Cor”, baseado no livro de Ana Maria Gonçalves, que retrata a vida de Luísa Mahin, figura significativa na história do Brasil.

    O desfile da Portela foi uma homenagem à luta das mulheres negras no país, contando a história das “negras mães de todos nós”. Com profundidade reflexiva, a escola mergulhou na trajetória dessas mulheres, explorando questões como identidade e luta dentro da sociedade brasileira.

    Durante a votação, os jurados destacaram a emoção que o desfile da escola passou. O enredo provocou emoções intensas e debates sobre a história e a cultura afro-brasileira, levantando questionamentos como “Por que somos? Por que assim fazemos? Por quem lutamos? Em memória do que?”.

    A Portela levou ainda o prêmio de personalidade para Vilma Nascimento, porta-bandeira histórica da agremiação, que já tinha levado quatro estandartes de melhor porta-bandeira (1977, 1978, 1979 e 1989) e um de destaque feminino (1982).

    Homenagem às mães de vítimas da violência

    Um dos pontos altos do desfile da Portela foi a homenagem às mães de vítimas da violência no Rio de Janeiro. A escola fechou a sua passagem pela Marquês de Sapucaí com 16 mulheres no último carro, entre elas Marinete Franco, mãe da vereadora Marielle Franco, e Jackeline Oliveira, mãe de Kathlen Romeu — jovem que estava grávida e foi assassinada pelas forças policiais em 2021.

    Todas elas levaram objetos como camisetas com fotos que lembram os filhos e exibiram durante o desfile. A participação das mães foi organizada pela coordenadora do Observatório das Favelas, Thaís Gomes. Em entrevista ao O Globo, ela explicou que as mulheres representam Luisa Mahin (ou Kehinde) do livro de Ana Maria Gonçalves.

    Personalidades participaram do desfile

    Personalidades conhecidas pelo público marcaram presença no desfile da Portela. O ator Lázaro Ramos e o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, representaram a figura de Luís Gama, filho de Luísa Mahin e considerado o patrono da abolição da escravatura do Brasil. As atrizes Taís Araújo e Sheron Menezzes e o humorista Paulo Vieira também estiveram presentes.

    Nas redes sociais, Silvio Almeida parabenizou a escola pela história contada. “História de mães e filhos que se perdem nas tramas de uma sociedade racista que prende, rouba e mata. Ao fim, filho e mãe se reencontram. Luís Gama, Omotunde, guarda a memória da mãe e continua seu legado. Que a história do povo preto seja sempre consagrada como a Portela soube fazer”, publicou o ministro.


Artigos do CFEMEA

Coloque seu email em nossa lista

lia zanotta4
CLIQUE E LEIA:

Lia Zanotta

A maternidade desejada é a única possibilidade de aquietar corações e mentes. A maternidade desejada depende de circunstâncias e momentos e se dá entre possibilidades e impossibilidades. Como num mundo onde se afirmam a igualdade de direitos de gênero e raça quer-se impor a maternidade obrigatória às mulheres?

ivone gebara religiosas pelos direitos

Nesses tempos de mares conturbados não há calmaria, não há possibilidade de se esconder dos conflitos, de não cair nos abismos das acusações e divisões sobretudo frente a certos problemas que a vida insiste em nos apresentar. O diálogo, a compreensão mútua, a solidariedade real, o amor ao próximo correm o risco de se tornarem palavras vazias sobretudo na boca dos que se julgam seus representantes.

Violência contra as mulheres em dados

Cfemea Perfil Parlamentar

Direitos Sexuais e Reprodutivos

logo ulf4

Logomarca NPNM

Cfemea Perfil Parlamentar

Informe sobre o monitoramento do Congresso Nacional maio-junho 2023

legalizar aborto

...