"A inexorável perpetuação da violência contra as mulheres tem as suas raízes nesse desejo obstinado de não ver que as violências extremas são a continuação daquelas cotidianas; e que começa sempre a partir do momento em que nos permitimos dizer a uma garotinha “cala a boca” ou “você não entende nada” que lhe se impede ter acesso à consciência do seu próprio valor e, portanto, à confiança em si mesma e, portanto, àqueles recursos internos necessários para rejeitar abusos e a humilhações", escreve Michela Marzano, filósofa italiana e professora da Universidade de Paris V - René Descartes, na França, em artigo publicado por La Repubblica, 16-01-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.