Neilda foi assessora da deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), que usou seu tempo em uma plenária para fazer um discurso emocionante sobre sua despedida.
Neilda Fabiano (Foto: Arquivo Pessoal)
A ativista Neilda Fabiano recebeu diversas homenagens após o anúncio de seu falecimento, feito por seu filho Anderson, em suas redes sociais. Nascida no Morro do Tuiuti, no Rio de Janeiro, a militante construiu uma longa trajetória de luta pela emancipação da população negra através de ferramentas como a cultura e a política.
De acordo com informações divulgadas pelo filho de Neilda, a militante morreu no domingo (26) e foi sepultada na terça-feira (28) no Cemitério Jardim da Saudade SULACAP, também no Rio. A causa do falecimento não foi revelada.
Em uma publicação, Anderson recordou o período em que ele e a mãe moraram em Rio Grande, cidade no interior do Rio Grande do Sul.
“Minha mãe sempre agiu por instinto! Por intuição! Minha mãe virou ativista porque não teve escolha! A vida é dura! Foi lá que ela entendeu o que era racismo de verdade…ainda mais quando a dor era do seu filho.. Minha mãe foi um Quilombo ambulante!”, escreveu.
Neilda foi assessora da deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), que usou seu tempo em uma plenária para fazer um discurso emocionante sobre sua despedida.
“Neilda Fabiano é uma mulher negra, militante, que durante toda minha caminhada política caminhou ao meu lado e fez do meu mandato um mandato de referência, não só para a população negra como também para os artistas”, contou.
“Ela tinha um trabalho social constante e eu não poderia deixar de lamentar e colocar o meu sentimento aos seus familiares na pessoa de seu filho Anderson Fabiano e de todos os seus familiares, dizendo que não só para nós mulheres negras que estivemos lá no seu sepultamento, mas pessoas de todas as religiões, de todos os credos e todas as raças. Viva Neilda Fabiano”, acrescentou a parlamentar.
Em 2022, Neilda foi uma das mulheres que teve sua trajetória reverenciada pela 20ª edição do Troféu Raça Negra. O Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPCN) publicou uma nota de falecimento onde se referiu à ativista como uma “brava companheira de lutas e desafios para vencer o racismo”.