Nascida em 25 de janeiro de 1946, na cidade de Pelotas, Magliani veio morar em Porto Alegre, com 4 anos de idade - Foto: Reprodução site Fala feminina
Em outubro, a EMEF Governador Ildo Meneghetti, localizada no Bairro Rubem Berta, em Porto Alegre, realizará a Mostra Cultural Maria Lídia Magliani: vida e resistência.
Já no final do mês de agosto a escola recebeu o artista Júlio de Castro, responsável pelo acervo artístico de Maria Lídia e pelo Núcleo Magliani, no Rio de Janeiro. Júlio, amigo da artista, compartilhou com Magliani os seus últimos anos de vida e dividiu o ateliê no Rio. Na palestra, o artista trouxe detalhes sobre a produção artística e a vida de Magliani e na mesma ocasião, firmou a parceria do Núcleo com a escola.
A proposta do projeto para o corpo docente é que os trabalhos desenvolvidos com as/os estudantes sejam inspirados pela arte, vida e resistência da artista, dialogando com todas as áreas de conhecimento e servindo como ponte para conexões com outras/os artistas e linguagens culturais. Assim, a mostra se dará numa perspectiva de mit-disciplinaridade. Nas palavras do pesquisador Sérgio Farias, “a mit-disciplinaridade, sendo o conjunto das várias abordagens (multi-inter-trans), não implica, portanto, na extinção das disciplinas, mas num novo olhar sobre as mesmas”.
Sobre Lídia Magliani
A artista homenageada é uma vanguardista: mulher negra gaúcha que já nos anos 1960 questionava as imposições aos corpos femininos e as hierarquizações sociais. Lídia foi moradora do Bairro Sarandi – uma região próxima da escola, lutou contra a ditadura civil-militar e é considerada um dos maiores nomes do estado e do Brasil nas artes visuais.
Pintora, desenhista, gravadora, ilustradora, figurinista, escritora e cenógrafa brasileira, Magliani foi assim descrita por Ester Cardoso: “Uma artista para além das fronteiras. Maria Lídia Magliani não gostava de rótulos. Em plena ditadura militar, utilizava a estética neoexpressionista para refletir sobre a situação política do país e sobre a condição da mulher e do corpo feminino na sociedade machista, temática que lhe foi cara até o fim da vida. Como artista negra que frequentava vários espaços, a pelotense rompeu barreiras e foi um dos grandes nomes da cena artística do Rio Grande do Sul nos anos 1960, antes de sair do estado para morar em São Paulo, Minas Gerais e também no Rio de Janeiro.”
Em 23 de outubro, ao longo de toda a tarde, a Mostra culmina com a exposição dos trabalhos realizados pelos estudantes, além de shows, espetáculos de dança e teatro. / Divulgação
De 1 a 23 de outubro, os estudantes visitarão a exposição “Magliani – Obra Gráfica” no MACRS, localizado na Casa de Cultura Mario Quintana, que estará aberta para visitação até o dia 27/10. Na escola, diversas atividades acontecerão com a participação de convidadas e convidados para explorar os múltiplos temas relacionados às artes e à obra da artista homenageada.
Em 23 de outubro, ao longo de toda a tarde, a Mostra culmina com a exposição dos trabalhos realizados pelos estudantes, além de shows, espetáculos de dança e teatro, exposição de obras de arte de artistas porto-alegrenses e a instalação de uma reprodução de uma das obras de Magliani, realizada por Júlio de Castro.
O evento é aberto à comunidade, pois, segundo a organização: "a arte, aliada à educação, é uma ferramenta que enriquece o processo transformador da cultura da nossa sociedade".
Para apoiar a realização da Mostra, os professores da escola organizaram uma rifa com sorteio de diversas obras de arte.
Edição: Katia Marko
fonte: https://www.brasildefators.com.br/2024/09/17/escola-municipal-realiza-mostra-cultural-maria-lidia-magliani-vida-e-resistencia