Quase lá: "Nossa luta é para que não aconteça com outros jovens", diz mãe de vítima da Chacina do Curió

Movimento de familiares está presente no primeiro julgamento de réus do crime, que é iniciado nesta terça-feira, 20

Autor Alexia Vieira O Povo
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Mães e familiares de vítimas da Chacina do Curió, ocorrida em novembro de 2015, fizeram vigília na frente do Fórum Clóvis Beviláqua nesta terça-feira, 20, onde ocorre o primeiro julgamento de quatro réus do crime. “Nossa luta é para que não aconteça com outros jovens”, disse Suderli Pereira, mãe de Jardel Lima dos Santos, assassinado aos 17 anos.

Relembre a cronologia da Chacina do Curió

“Nossos filhos não morreram à toa. A vida deles pra eles [réus] não tem importância, mas pra nós tem. Meu filho morreu com 17 anos, não foi à toa”, afirmou Suderli em coletiva de imprensa antes do início do júri.

A expectativa das mães, segundo Sílvia Helena Pereira, mãe de um sobrevivente, é de justiça. “Hoje vai ser mais do que provado que eles foram brutalmente assassinados. Os assassinos vão ser mostrados, as pessoas vão conhecê-los, e a justiça será feita”, espera Sílvia.

“Eu estou aqui pela minha filha, pelas mães que fazem parte do movimento Mães e Familiares do Curió, pelo meu Ceará, pela minha periferia, pelos jovens”, afirmou Ana Costa, companheira de José Gilvan Pinto Barbosa, um dos únicos adultos mortos na chacina.

Julgamento de réus da Chacina do Curió

Começa nesta terça-feira, 20, o julgamento de quatro réus acusados pela morte de 11 pessoas no crime que ficou conhecido como Chacina do Curió, ocorrido em 12 de novembro de 2015.

Quem são os réus?

Serão julgados os soldados Marcus Vinícius Sousa da Costa, António José de Abreu Vidal Filho, Wellington Veras Chagas e Ideraldo Amâncio. Eles são quatro dos 33 policiais réus do crime.

Quanto tempo deve durar o julgamento?

Julgamentos com mais de um réu e diversas testemunhas tendem a durar mais de um dia. A estimativa é que o julgamento da Chacina do Curió dure até sexta-feira, 23.

Como acompanhar ao vivo?

O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) também preparou um expediente especial para o Júri Popular. Um site (https://juri-curio.tjce.jus.br/) foi criado com informações sobre o caso. Há ainda um link para a transmissão ao vivo da sessão. Para acessar, é preciso clicar no botão "Acompanhe ao vivo". Nesta página, é necessário clicar na data 20/06/23.

 

 

Com informações da repórter Jéssika Sisnando

fonte: https://www.opovo.com.br/noticias/fortaleza/2023/06/20/nossa-luta-e-para-que-nao-aconteca-com-outros-jovens-diz-mae-de-vitima-da-chacina-do-curio.html

 

Chacina do Curió: acompanhe ao vivo julgamento de PMs

O julgamento tinha horário de início marcado para às 9 horas. Não há previsão do horário de finalização
Autor Alexia Vieira
Alexia Vieira- O Povo
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Começa na manhã desta terça-feira, 20, uma série de julgamentos dos réus da Chacina do Curió, que deixou 11 pessoas mortas na madrugada do dia 12 de novembro de 2015. O julgamento ocorre no Fórum Clóvis Beviláqua e iniciou por volta das 9h50.

Até as 11h15, os jurados foram escolhidos por sorteio. Duas mulheres e cinco homens compõem o júri popular. Os celulares dos jurados foram recolhidos, pois precisam ficar incomunicáveis durante o julgamento.

A leitura da sentença de pronúncia, que é a decisão que submete um acusado de crime contra a vida ao júri popular, também foi feita pelos jurados.

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Como vai ocorrer o julgamento da Chacina do Curió?

Após a instalação da sessão, os jurados que farão parte do júri popular serão sorteados. Depois, 20 testemunhas, sendo sete vítimas sobreviventes, quatro de acusação e nove de defesa. Na sequência, os quatro réus serão interrogados, haverá o debate entre a acusação e a defesa, a leitura dos quesitos e a votação. A sentença do júri deve ser dada logo depois.

Quem são os réus?

Serão julgados os soldados Marcus Vinícius Sousa da Costa, António José de Abreu Vidal Filho, Wellington Veras Chagas e Ideraldo Amâncio. Eles são quatro dos 33 policiais réus do crime.

Quando serão os próximos julgamentos?

Outros dois julgamentos da Chacina do Curió já estão marcados. No próximo dia 29 de agosto, está previsto que mais oito acusados venham a julgamento. Já em 12 de setembro, serão mais oito. Os demais réus aguardam que recursos em tribunais superiores sejam apreciados.

Quanto tempo deve durar o julgamento?

Julgamentos com mais de um réu e diversas testemunhas tendem a durar mais de um dia. A estimativa é que o julgamento da Chacina do Curió dure até sexta-feira, 23.

Como acompanhar ao vivo?

O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) também preparou um expediente especial para o Júri Popular. Um site (https://juri-curio.tjce.jus.br/) foi criado com informações sobre o caso.

Há ainda um link para acompanhar relatos das etapas do julgamento.

 

 

 

Atualizada às 11h18


fonte: https://www.opovo.com.br/noticias/fortaleza/2023/06/20/chacina-do-curio-acompanhe-ao-vivo-julgamento-de-pms.html

‘Nossos filhos não morreram à toa’: mães do Curió pedem Justiça antes de júri

Começa nesta terça (20) o primeiro julgamento de policiais militares acusados de participar das mortes de 11 pessoas, em 2015

Escrito por Messias Borges e Nícolas PaulinoEste endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. 

 

Integrantes do coletivo Mães e Familiares do Curió pediram que “a Justiça seja feita” no Fórum Clóvis Beviláqua, onde nesta terça-feira (20) começa o primeiro julgamento do episódio conhecido como ‘Chacina do Curió’. Em novembro de 2015, na Grande Messejana, em Fortaleza, 11 pessoas foram assassinadas. Hoje, quatro policiais militares sentam no banco dos réus.

Maria Suderli, mãe de Jardel Lima do Santos, morto aos 17 anos, explica que a luta do coletivo nos últimos 8 anos foi para manter viva a memória dos parentes que partiram e evitar que outros casos voltem a ocorrer.

 

 
“Nossos filhos não morreram à toa. A vida para eles (os acusados) não foi importante, mas para nós é. Meu filho morreu com 17 anos e não foi à toa”, disse em entrevista coletiva.

 

 

Legenda: Jardel Lima dos Santos foi assassinado aos 17 anos
Foto: Fabiane de Paula

 

Edna Souza, mãe de Alef Souza, relatou “noites mal dormidas ou nem dormidas” durante todo o tempo de espera pelo início dos julgamentos, mas considera que “chegou o dia de a gente fazer Justiça”.

A memória de José Gilvan Pinto Barbosa, de 41 anos, é mantida pela esposa Ana Lúcia Costa Santos, que agradeceu todo o apoio recebido pelos familiares atingidos pela tragédia. “Estamos confiantes de que vai dar tudo certo. Estou aqui pela minha filha, pelas mães e familiares do Curió, pelo meu Ceará, pela minha periferia”, afirma.

Uma das entidades que acompanha a luta das mães e o julgamento é o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca). A diretora Mara Carneiro percebe a data como “histórica” e “fundamental”.

“A expectativa das organizações que apoiam essas mães e familiares é que saia de verdade a responsabilização dos autores. Não haverá julgamento no país dessa natureza. É uma esperança para colocar nas páginas do Estado do Ceará um não à violência policial”, relata.

“Nossa posição é muito firme em relação à busca pela Justiça. Confiamos no Judiciário e entendemos que a prática do justiçamento não é condizente com a democracia”, complementa Bruno Renato Teixeira, ouvidor nacional do Ministério dos Direitos Humanos, também presente no Fórum. Para o representante federal, a violência policial é uma prática que deve acabar.

 

 
“O Estado Brasileiro não pode mais permitir que os próprios agentes do Estado sejam os violadores dos direitos humanos. É grave o que aconteceu no Ceará. Queremos que seja um divisor de águas para a posição das forças de segurança pública em relação às comunidades e periferias de todo o Brasil”, defende.

 

Integrantes do movimento Justiça Pro Curió também participam das atividades externas. Faixas com fotos e nomes das vítimas foram estendidas, e há falas de protesto sobre o impacto da tragédia para comunidades periféricas de Fortaleza.

 

Legenda: Grupo de apoio aos familiares também está presente no Fórum
Foto: Fabiane de Paula

 

LINHAS DE DEFESA

Em entrevista antes do início da sessão, a banca de seis advogados dos réus também relatou que linhas de defesa deve seguir durante o julgamento.

O advogado Valmir Medeiros, membro da defesa do PM Marcus Vinícius Sousa da Costa, considera a chacina uma “tragédia” e uma “injustiça inominável” com as vítimas. No entanto, alega que não há provas suficientes quanto à autoria das mortes.

 

 
“Não há provas de quem fez o quê. Não tem imagem nem reconhecimento de ninguém que tenha feito alguma coisa, nem foram feitas as perícias que deveriam ter sido feitas”, expõe.

 

Talvane Moura, advogado criminalista do PM Ideraldo Amâncio, por sua vez, pretende defender a tese de negativa de autoria. “Ele estava em casa no dia do ocorrido e nada fez. Quem praticou esse delito merece reprovação adequada e justa, mas não é o caso dele”, garante.

Segundo o advogado, Ideraldo já foi considerado inocente em apuração realizada pela A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD).

 

Legenda: Homenagens às vítimas da chacina fora do Fórum
Foto: Fabiane de Paula

 

COMO SERÁ O JULGAMENTO?

A previsão é que o júri, de alta complexidade, possa se estender até a próxima sexta-feira (23). O rito da sessão contará com o sorteio dos jurados, todos eles populares, sem relação pessoal com o caso. Durante a sessão, estão previstos 24 depoimentos, sendo sete de vítimas sobreviventes, 13 de testemunhas, além do interrogatório dos quatro réus, conforme o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE).

Vão ao 1º Salão do Júri na condição de réus os PMs: 

  • Marcus Vinícius Sousa da Costa
  • António José de Abreu Vidal Filho
  • Wellington Veras Chagas
  • Ideraldo Amâncio 

Além deles, devem estar presentes advogados de defesa, representantes do Ministério Público do Ceará (MPCE) na acusação; membros da Defensoria Pública do Ceará; a coordenadora geral de Combate à Tortura e Graves Violações aos Direitos humanos do Governo Federal, Fernanda Vieira de Oliveira; o Cedeca e familiares das vítimas.

fonte: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/seguranca/nossos-filhos-nao-morreram-a-toa-maes-do-curio-pedem-justica-antes-de-juri-1.3383165

 


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