Em sua 17ª edição, evento anual reúne atividades em diversos museus do País e contará com a participação de instituições da USP
Texto: Laura Pereira Lima*
Arte: Gabriela Varão**
Museu do Ipiranga - Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Depois de um longo inverno para as políticas identitárias, a representatividade floresce na 17ª edição da Primavera dos Museus, que celebra o início da estação das flores com muita cultura e diversidade. Com o tema Memórias e Democracia: Pessoas LGBT+, Indígenas e Quilombolas, o evento organizado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), do governo federal, acontecerá entre os dias 18 e 22 de setembro. O objetivo é propor atividades em museus de todo o Brasil e contará, inclusive, com a participação de instituições da USP para discutir as contribuições de grupos marginalizados para a democracia brasileira.
As vivências de comunidades LGBTQIA+, quilombolas e indígenas raramente protagonizam exposições no Brasil e, pensando nisso, a Primavera dos Museus escolheu trazê-las para o centro das discussões. “No contexto de um novo governo que promove a reconstrução e união do Brasil, queremos estimular que os museus, detentores e promotores da memória, da cultura e das artes, contribuam para o reconhecimento, a valorização e o protagonismo das pessoas LGBT+, indígenas e quilombolas na produção das suas próprias memórias”, informa o Ibram.
A memória é um elemento fundamental para a construção da democracia, destaca a organização, acrescentando que “a democracia verdadeira deve garantir a inclusão dessas vozes historicamente marginalizadas, permitindo que sejam protagonistas de seu próprio destino e da construção de um futuro mais justo e igualitário”.
O Museu Paulista da USP, também conhecido como Museu do Ipiranga, foi uma das unidades que aderiram à iniciativa do Ibram, promovendo debates sobre representatividade e uma apresentação musical da orquestra Brazil Jazz Sinfônica. Nos dias 19 e 20 de setembro, o museu sediará o seminário Lugares de memória LGBTQIAPN+, com a participação de pesquisadores da USP e coletivos sociais para discutir a memória de pessoas LGBTQIA+ e problematizar a falta de representatividade dessa população nos museus. O evento se encerrará com o lançamento do livro Museologia Comunitária LGBTQIA+ e outros ensaios Queer of Color, de Jean Baptista e Tony Boita.
Desde 2007, o Ibram promove anualmente a Primavera dos Museus, com o objetivo de promover e divulgar os museus brasileiros, aumentar o público dessas instituições e intensificar a relação entre os museus e a sociedade. Neste ano, serão 805 museus participantes, que oferecerão mais de 2,5 mil atividades voltadas para a manutenção da memória de comunidades LGBTQIA+, quilombolas e indígenas. A programação, disponível neste link, oferece atividades presenciais e on-line que incluem workshops, exposições, seminários, shows musicais e rodas de conversa. Será possível assistir à programação em centros da USP em São Paulo e também nas cidades de Santos, Piracicaba, Itu e Campos do Jordão. As inscrições ficarão a cargo da instituição responsável por cada atividade.
Capa da 17a Primavera dos Museus - Ilustração: Reprodução/Ibram/gov.br
Confira a programação das instituições da USP abaixo:
MUSEU DA EDUCAÇÃO E DO BRINQUEDO (Faculdade de Educação, Av. da Universidade, 308 – Butantã – São Paulo)
20/9 – 17h30 às 19h30 – Joga Mona
O MEB em parceria com o Museu de Ocupação e das Narrativas do Arouche LGBTQIA+ (MONA) apresentará o Joga Mona, material educativo que possibilita vivenciar as referências culturais a partir de situações comuns e momentos importantes da trajetória LGBTQIA+.
Mais informações:
MUSEU DE OCUPAÇÃO E DAS NARRATIVAS DO AROUCHE LGBTQIA+ (Largo do Arouche, S/N – República – São Paulo)
O Museu de Ocupação e das Narrativas do Arouche LGBTQIA+ (MONA) é um espaço voltado para a memória e patrimônio cultural LGBTQIA+ da região do Arouche e financiado pela USP.
23/9 – 16h às 22h – Lançamento do MONA
Lançamento presencial do MONA. no Largo do Arouche, contando com palestra, performances, aplicação do Joga MONA, dentre outras atividades.
Mais informações: https://www.arouchianos.com.br/mona.html
MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA DA USP (Av. Professor Almeida Prado, 1466 – Butantã – São Paulo)
21/9 – 10h às 12h – Ciberexposição Sexo dos Anjos
A Ciberexposição Sexo dos Anjos do Acervo Multimídia de Arqueologia e Antropologia (AMAA) reúne peças arqueológicas, textos e imagens históricas e etnográficas, além de relatos contemporâneos em diferentes formatos. Juntos, esses materiais mostram um pouco da dispersão geográfica e da profundidade temporal de evidências que contestam a universalidade da dicotomia de gênero e sexualidade apregoada pelo pensamento ocidental. O evento contará com a participação de Loredana Ribeiro, da UFPel, Bruno Sanches, da UFS, e Lúcio Costa Leite, do IEPA, além da mediação do educador Maurício Silva.
Local: Canal do YouTube do MAE-USP: @MAEUSPoficial
Mais informações: http://www.amaacervos.com.br/osexodosanjos/
Inscrições: https://forms.gle/FeA8dB76FTGCT28p7
MUSEU PAULISTA DA USP (Rua dos Patriotas, 100 – Ipiranga – São Paulo)
19/9 e 20/9 – 8h às 17h – Seminário Lugares de Memória LGBTQIAPN+
Dedica-se à reflexão sobre as memórias de populações LGBTQIAPN+ e sua relação com as políticas de preservação do patrimônio cultural. Inscrições aqui.
23/9 – 16h às 17h – Música no Museu do Ipiranga
Apresentação da Orquestra Brasil Jazz Sinfônica, fruto da parceria entre o Museu Paulista da USP e a Fundação Padre Anchieta.
24/9/2023 – 16h – Roda de conversa Mato em movimento
Conversa com Gliceria Tupinambá. Parceria com a Casa do Povo, na exposição Passados Imaginados.
Mais informações: https://museudoipiranga.org.br, e-mail
MUSEU E CENTRO DE CIÊNCIAS, EDUCAÇÃO E ARTES LUIZ DE QUEIROZ – ESALQ (Av. Pádua Dias, 11 – Piracicaba)
18/9 a 24/9 – 8h às 18h – Exposição temática sobre geociências
Abertura da exposição Rochas e Minerais: de um grão de areia até a imensidão das cavernas, em parceria com o Museu de Geociências – IGc/USP, abordando questões sobre minerais. Monitorias com o Museu Luiz de Queiroz e com o Clube de Ciências.
18/9 a 22/9 – 8h às 17h – Visita mediada para escolas públicas
Recepção de escolas públicas e municipais, de ensino básico a nível universitário, para atividades com o acervo do Museu e o Clube de Ciências, em parceria com o grupo de extensão e pesquisa Crecin.
19/9 – 10h às 12h – Visita mediada para alunos de pós-graduação
Visita ao Museu Luiz de Queiroz e ao Clube de Ciências com apoio do grupo de extensão e pesquisa Crecin para alunos de pós-graduação de disciplina PAE – Programa de Aperfeiçoamento de Ensino/Esalq.
20/9 a 22/9 – 19h às 22h – Aulas de ciência forense para alunos de licenciatura
Aulas exclusivas para turmas de Licenciatura da Esalq e Instituto Federal – campus Piracicaba, com o objetivo de trabalhar dinâmicas e ensino de ciências forenses utilizando o Museu e o Clube de Ciências
24/9 – 14h às 18h – Atividades sobre geociências
Atividades envolvendo o Museu Luiz de Queiroz, o grupo de extensão e pesquisa Crecin e o Museu de Geociências – IGc/USP, com atividades sobre o tema Geociências.
Mais informações neste link ou pelo e-mail
MUSEU REPUBLICANO DE ITU (Rua Barão do Itaim, 67 – Itu)
18/9 a 23/9 – 9h às 15h – Curso Tecer a Rede: Bordado, Gênero e Museus
Curso on-line e presencial: Tecer a Rede: Bordado, Gênero e Museus. Número de vagas: 100. Informações e inscrições:
19/9 – 10h às 11h – Reabertura da exposição Viagens fluviais: homens e canoas na rota das monções
A exposição receberá novas telas sobre o cotidiano e o imaginário das monções. Informações:
19/9 – 13h30 às 14h30 – Viagem antiga pelo Rio Tietê: os alimentos no território indígena
Os participantes conhecerão aspectos da influência indígena na alimentação nas monções. Informações e inscrições:
24/9 – 10h às 11h – Roda de conversa: Ancestralidade e a salvaguarda do samba de bumbo paulista
Informações e inscrições:
MONUMENTO NACIONAL RUÍNAS ENGENHO SÃO JORGE DOS ERASMOS (Rua Alan Ciber Pinto, 96 – Santos)
19/9 a 23/9 – 9h às 16h – Visita guiada à exposição Ruínas Quinhentistas em Território Milenar
Monitoria guiada pela exposição permanente Ruínas Quinhentistas em Território Milenar, que tem como objetivo contar as histórias de povos indígenas que habitaram e ainda habitam a Baixada Santista.
19/9 – 10h às 12h30 – Oficina de Arqueologia
Monitoria guiada para os participantes para melhor entendimento das práticas arqueológicas na preservação da história indígena, seguida de atividade prática de arqueologia.
19/9 a 23/9 – 9h às 16h – Visita mediada para o público geral
Monitoria aberta para todos os públicos apresentando o sítio arqueológico e as ruínas, incluindo as lutas, culturas, resistências e histórias dos povos originários que aqui habitavam e ainda habitam.
20/9 – 9h às 11h – Visita mediada para alunos de São Paulo
Monitoria para alunos da cidade de São Paulo sobre a história da Baixada Santista, incluindo as lutas, culturas, resistências e histórias dos povos originários que aqui habitavam e ainda habitam.
21/9 – 14h às 16h – Oficina de Sementes
Monitoria pelas ruínas, seguida de atividade de plantio de semente de guapuruvu, uma importante árvore para os indígenas caiçaras.
21/9 – 9h às 11h30 – Visita mediada para alunos da comunidade santista
Monitoria para alunos da comunidade santista sobre a história da cidade, incluindo as lutas, culturas, resistências e histórias dos povos originários que aqui habitavam e ainda habitam.
22/9 – 9h às 11h30 – Oficina de Educomunicação
Monitoria guiada para os participantes, com foco em questões indígenas. Ao final da visita, os alunos produzirão um TikTok sobre algum tema relacionado à monitoria.
22/9 – 14h às 16h – Visita mediada para crianças da Fundação CASA
Monitoria para crianças da Fundação CASA de São Vicente, com foco na história da Baixada Santista e seus povos originários.
23/9 – 14h às 16h – Visita mediada para alunos do curso de Pedagogia da USP
Monitoria para alunos do curso de Pedagogia da USP, com foco em educação jesuíta durante o período de colonização da América Portuguesa.
Serviço
17ª Primavera dos Museus
Programação: Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte, Nordeste
*Estagiária sob supervisão de Antonio Carlos Quinto e Tabita Said
**Estagiária sob supervisão de Moisés Dorado